segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Viagem ao passado II

Hoje, no regresso à lura, o Lince captou no ar um aroma familiar, ainda que em lugar estranho. O adocicado perfume da relva acabada de aparar. De imediato, o Lince foi transportado para outro espaço, o de uma infância despreocupada noutra lura, e para um outro tempo, o de há vários lustros atrás. O tempo em que um relvado não era só um relvado, mas todo um universo de brincadeiras, solitárias ou acompanhadas. Em que um relvado era uma pista nunca igual para carrinhos correrem por entre tufos de relva ou uma selva por desbravar com inúmeros perigos à espreita, onde as aventuras forjavam laços de companheirismo com amigos que o tempo e o espaço (o espaço, o espaço...) trataram de apartar.
Subitamente, um outro odor, o de um guisado vindo de uma qualquer janela da rua, arranca o Lince de um campo de memórias em que se vai já perdendo. Tudo é de novo o presente de 2008, o presente de um Lince adulto onde a magia parece por vezes não existir. Mas não, ela está ainda por aí! Feita de pessoas e momentos que se cruzam comigo e que preenchem a vida.

2 comentários:

wass disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
wass disse...

Pois é Lince...

a magia, na verdade, está sempre lá. umas vezes torna-se clara e perceptível, outras nem por isso. no entanto permanece à espera que façamos parte dela.

não é um problema do olho, mas do olhar. ou da disponibilidade.

e a tua está em alta!