segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Premiere: the End?

O Outono chegou e fez-se anunciar com toda a solenidade que julga merecer (convencido): grande chuvada logo pela manhã, para semear o caos no trânsito e, pior, para obrigar o Lince a apanhar uma molha monumental.

Mas alegrai-vos, saudosos do Verão! Rejubilai, molhados mártires do Outono!

Neste dia em que o Sol ameaçava desaparecer, surge uma razão para encarar a época que se avizinha com optimismo. Anuncia-se o regresso às bancas da revista que há um ano desapareceu, deixando este Lince órfão das leituras que fazem das idas ao cinema uma experiência completa. A confirmar-se o regresso da Premiere (tudo indica que sim, mas só fico descansado quando a tiver na minha posse) pelas mãos da mesma equipa que no-la entregava mês após mês (embora através de outra editora), tardes cinzentas e noites de chuva prometem voltar a ser agradáveis, pelo que representam de idas ao cinema motivadas por tão fundamental bíblia!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Sabores dos Himalaias

Como acabar a semana da melhor maneira? Para já, com um rico jantar no restaurante nepalês "Monte Everest", em Matosinhos. Pois é, o Lince armou-se em exótico e foi (mais uma vez) ver o que os Leopardos das Neves costumam degustar...

A decoração do espaço pode ser um pouco a dar para o etno-kitsch (mas sem isso nem metia piada...) e os empregados podem não ser os mais carinhosos (também não são grosseiros... são, digamos, reservados), mas a comida é saborosa e, sem mais nenhuma razão em especial, é um restaurante onde o Lince gosta sempre de voltar. Talvez seja o desafio de, com alguma simpatia e boa disposição, conseguir fazer desenhar-se um sorriso no rosto daquela senhora nepalesa que nos recebe sempre com o mesmo ar ausente de quem tem preocupações, trabalho e saudades do seu país a mais.

O restaurante caiu-me bem e cai-me sempre bem de cada vez que volto. E recomendo.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Manifesto de admiração

Esta senhora é verdadeiramente colossal. Não é pelo tamanho, que ela está bem elegante para os seus 59 anos, mas por mais um papel - o 58.º de uma carreira iniciada ainda o Lince não miava neste mundo - em que supera os seus limites e prova (mais uma vez) que não há registo em que não consiga sair-se bem. Desta vez, Meryl Streep (faça-se a devida vénia) deslumbra em Mamma Mia!.

É um musical? É, e nem toda a gente gosta, como se sabe. Adapta um musical da Broadway criado a partir das músicas dos ABBA? Adapta sim senhor, e nem toda a gente gosta dos ABBA, é verdade. Mas tem esta actriz fabulosa que muita gente apelida de "a melhor actriz do seu tempo" no papel principal, o que só por si torna indispensável ver este filme (o verbo devia, na verdade ser substituído pelo viver, tal é a boa disposição que dele se desprende e contagia toda a assistência!). O título que muitos atribuem a Meryl pode não ser unânime, mas para o Lince é indiscutível (a Nathalie Portman que tenha paciência, mas a vez dela chegará um dia, com certeza). Fica o manifesto, uma vez mais entre tantas outras, a admiração pelo seu trabalho e pelo seu talento... até tornar a deslumbrar no seu próximo filme.

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Viagem ao passado II

Hoje, no regresso à lura, o Lince captou no ar um aroma familiar, ainda que em lugar estranho. O adocicado perfume da relva acabada de aparar. De imediato, o Lince foi transportado para outro espaço, o de uma infância despreocupada noutra lura, e para um outro tempo, o de há vários lustros atrás. O tempo em que um relvado não era só um relvado, mas todo um universo de brincadeiras, solitárias ou acompanhadas. Em que um relvado era uma pista nunca igual para carrinhos correrem por entre tufos de relva ou uma selva por desbravar com inúmeros perigos à espreita, onde as aventuras forjavam laços de companheirismo com amigos que o tempo e o espaço (o espaço, o espaço...) trataram de apartar.
Subitamente, um outro odor, o de um guisado vindo de uma qualquer janela da rua, arranca o Lince de um campo de memórias em que se vai já perdendo. Tudo é de novo o presente de 2008, o presente de um Lince adulto onde a magia parece por vezes não existir. Mas não, ela está ainda por aí! Feita de pessoas e momentos que se cruzam comigo e que preenchem a vida.