quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Bom ano novo... Boa década velha...

O ano já perdeu o sabor a novo e, à distância de 10 dias, tudo parece igual aos últimos dias de 2007. Bom, tudo talvez à excepção do acto de escrever a data, que durante alguns dias causa sempre estranheza ter de corrigir para oito o sete que teima em se impor.
Por mais disfarçado de grande festa que seja, o novo ano insinua-se sempre de forma tão subtil que só passados vários meses, já quase no final da sua duração, nos apercebemos do que realmente trouxe de novo às nossas vidas. Provavelmente, nessa altura já estaremos a planear a forma de assinalar a passagem para outro ano, que como o anterior, não trará nada de novo assim de repente (venham lá as resoluções de ano novo que vierem, mas isso é outra história). E assim, como quem não quer a coisa, um ano sucede a outro. 
E vem isto a talho de foice porque me apercebi, com a entrada de 2008, que já só faltam 2 anos para o fim da primeira década do século XXI! Que tem isso de extraordinário? Nada, até porque seja em que dezena for, o 8 vem sempre 2 unidades antes do 10... Bem, nada de extraordinário... não é bem assim. Ainda me lembro de quando entrou 2000, parece mesmo que foi há pouco. Começava uma nova década, novinha em folha; até 2010 faltava imenso tempo. 2001: a década continua fresquinha, afinal 2000 foi só no ano passado!; 2002: idem; e por aí adiante até 2005: meio da década, grande coisa! Isto acabou de começar. E assim, paulatinamente, os anos foram-se esvaindo, constante a sensação (que vinha desde 2000) de que a década acabara de começar e que ainda faltava imenso para o seu termo... Aqui está o que acho de extraordinário no ano que agora começa: se passam 10 anos sobre a Expo'98 e se desse ano ao 2000 me recordo de ter sido um instantinho, então vai ser um instantinho até 2010. Não pode!
Quando nasci, ninguém me avisou que as décadas passavam assim tão depressa! Estou a ser confrontado pela primeira vez com este facto. As décadas de 80 e 90 não contam, porque da primeira nem me apercebi de ter começado e durante a segunda estive tão ocupado a ser adolescente que nem tive tempo de me perder em reflexões destas. Já me encontro prestes a concluir a minha terceira década e, a avaliar pela experiência até agora, elas passam a correr! Com alguma sorte, conseguirei viver 8 décadas. Oito!!! Um mísero oito!
A vida medida em décadas não tem piada...

2 comentários:

R.Gonk disse...

Devemos por isso medi-la em dias.
Cada dia que passa é mais um na grande conta e no final, é o que conta!

Anónimo disse...

Surpresa.Já espreitei.
Estava à espera de um lobo... mas um lince também faz sentido.
Pois, isto assim, é também um dos prolongamentos das reflexões serrano-lisbonenses, que a lisbonenses talvez não voltem...uma das pontas.
Falando em tempo, ou tempos
talvez a medida certa seja uma outra, diferente daquela a que nos fomos habituando desde o berço, bastante mais próxima da intensidade com que fomos aproveitando a experiência de cresecer, de viver, de sentir o ar frio tocar os neurónios mais tímidos...a experiência de criar realidades onde até então habitava o nada.
tu percebes. vocês percebem.
só não quero que te arrependas de ter iniciado o blog, com a extensão dos comentários. Wass